sábado, 14 de março de 2009

Monkey Gone To Boston



“Você vai para a faculdade ano que vêm, vai começar a curtir Godspeed You! Black Emperor e The Shins...” é parte do dialogo de Pineapple Express, o filme de ação que deixou Cheech and Chong “doidões” de inveja. O fato do rock se infiltrar na vida dos acadêmicos modificou a condição antiquada de estilo musical ordinário, transformando-se na mistura de new-wave, pós-punk e o que fosse preciso para poder ambientar-se na classe média estadunidense.

As faculdades estão espalhadas por todo os Estados Unidos e nada mais normal que a gigantesca megalópole nordestina – que liga a capital Washington à Boston –, fosse a região com o maior número delas e com excelência no quesito. Na Universidade de Massachusetts Amherst, os nerds Joey Santiago e Black Francis (no centro da foto) se juntaram para formar a banda mais importante do fim de século, os Pixies.

Como viajar no tempo ainda está fora de questão, tentarei viver um pouco daquela experiência estudando inglês durante dois meses em Boston, acompanhando os shows e a química da região que nos presenteou com Dinosaur Jr., Sebadoh, Mission of Burma, New Radiant Storm King, Pernice Brothers e, lógico, Pixies.

Além da música, Boston tem um valor sentimental muito forte por ser a cidade escolhida por médicos brasileiros para tratar a deficiência física do meu irmão. Os laudos não conseguiram apontar nada e meus familiares não freqüentaram outro lugar senão o hospital e hotel – unidos por uma passarela –, mas, mesmo assim, não há nenhum rancor por parte dos meus pais. Minha mãe, que me apelidou de Chicagão por ter insistido numa viagem em 2006 para Chicago, hoje me chama de Bostãon. Ela se diverte, e eu sei que piada de mãe a gente é obrigado a rir.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Teoria Roqueira de Kondratieff


No mundo da produção segue a máxima de que TUDO É CÍCLICO. Gráficos, estatísticas e percepções numa montanha-russa que, segundo o economista russo Nikolai Kondratieff, restabelece o equilíbrio natural das disfunções financeiras.


No mundo da música, fazendo as contas no meu velho relógio-calculadora Casio, concluí que entramos na fase de efervescência da Seattle pré-grunge, enquanto na outra costa as estações de rádios dos Colleges e os selos independentes – como a MATADOR – conseguem divulgação interestadual do que então era chamado de Indie Rock e passou a ser Lo-Fi.


Na verdade, eu quero ser esse profeta que previu a volta de um indie rock heterossexual decente, pois a primeira década desse novo milênio foi, digamos assim, meramente simpática. A constatação é definitiva quando feita a análise dos filmes dos Beatles de ambas décadas. Em Backbeat (1994), a trilha cinematográfica que contava com a banda mais rock'n roll da época, formada por David Grohl (Nirvana, Foo Fighters), Mike Mills (REM), Thruston Moore (Sonic Youth) Greg Dulli (Afghan Whigs, Twilight Singers e Gutter Twins) entre outros que fazem Across the Universe (2007) parecer um conto gay narrado pela Britney Spears. Coitado do Lennon.


Eu não sou saudosista, pelo contrário, me considero um otimista ao acreditar que 2009 tem a oportunidade de ser o pedido de perdão dessa geração, porém, enquanto o pedido formal ainda não se encaminha aos destinatários, tentarei achar o próximo Kurt Cobain nas páginas do Myspace.