segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Rockanemia



A diversão está em extinção no rock mundial, logo nele. Atualmente, qualquer pretensiosinho do quarteirão que ganha uma guitarra e aprende inglês anseia em se tornar um músico, daqueles que formam bandas com nomes “pra frentex” e desconhecem o que é presença de palco. Eu confesso que essa pessoa era eu, mas depois da aula de rock ministrada no dia 7 na Arena Anhembi, meu sonho, que já tinha a validade vencida, foi definitivamente despejado no Tietê.

As 37 mil almas condenadas a mediocridade viram emergir dali da margem do rio, num cenário de explosões, fumaça e vôos espetaculares, a verdadeira essência do rock and roll, a capitalização de quão criativo e inventivo é o Kiss. Foi exatamente onde as demais bandas erraram, quando, nos anos 80, a ascendência punk ditava como seria o futuro do rock (pequeno e introvertido), aqueles que se julgavam aliens (Gene Simons e Paul Stanley) traçavam com a mais legítima caligrafia o significado de MEGALOMANIA.


Essa atitude de se provar capaz ao longo de 35 anos é que ressalta a grandeza e superioridade deles. Nenhum outro consegue abrir unindo clássicos headbangers como Deuce e Strutter sem perder o compasso até o bis. Claro que eles são sexagenários e precisam de um tempo para descanso, contando com a intensidade do novo guitarrista Thommy Tayer para disfarçar a retomada de fôlego dos demais integrantes. A partir de então, afasta-se cada vez mais a possibilidade de uma outra banda encerrar com uma seqüência tão maravilhosa quanto Shout it Out Loud/ Lick it Up/ I Love it Loud/ I Was Made for Lovin' You/ Love Gun e, no ingrato berro de adeus sobre Detroit Rock City, testemunhar o esvair de exaltação daqueles que como eu conseguiram presenciar algo incomensurável.
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Queria dizer neste rodapé que foi insustentável, na minha permanência em Boston e nos meses de junho e julho em Belém, continuar atualizando o blog.
À todos aqueles amigos que me perguntaram sobre este hiato, aviso a vocês dois que voltei com força total. Hehe.