Série dedicada a shows de bandas escocesas
Sabe quando você pensa ter engolido uma menina de doze anos, e ela vira, se remexe e brinca com as borboletas adormecidas dentro do seu estômago, fazendo sentir espasmos e cutucando com vara curta o coração? Independente da resposta, essa menina é real e se faz presente sobre a musicalidade da banda Camera Obscura.
Desmascaradora de toda hipocrisia e joguinhos de sedução, ela consegue com letras ingênuas e melodias suaves projetar amores joviais na cabeça dos mais céticos e pessimistas – característica essencial do gênero Twee. A vocalista Tracyanne Campbell faz de você o personagem principal do filme ABC do Amor em menos de uma música, e gera, com um simples “Hello! We’re Camera Obscura and we’re happy to be here in Brazil”, urros de felicidade e atenção plena daqueles confortavelmente ambientados no Studio SP, no dia 26 de maio.
O show começa com My Maudlin Career que também é o nome do último álbum do grupo, um dos melhores de 2009. A música à primeira vista trata de uma paixonite que acabou, nada extraordinária, mas relevante para mudar o rumo de uma vida. Por mais que seja algo fugaz, aceita-se o passado e dignifica a tristeza de um pós-relacionamento, levando a perder completamente a fé nos sentimentos.
Uma bela estratégia usada pela banda: a desconstrução do amor. Esvaziar para depois colorir. O restante do show foi uma coleção de músicas que iluminaram o sorriso do público. Hits